sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Opinião de uma estrangeira a viver em Portugal

Estou a escrever-lhe porque quero também dizer uma palavra sobre este assunto que é tão importante e as pessoas são tão ignorantes.
Eu sou estrangeira, mas há 3 anos vivo em portugal, casei-me com um rapaz português, estou feliz e quero ter filhos um dia, e acho que o que se passa em portugal também já me diz respeito.
Acho um absurdo, num país que quer ser moderno, haja uma lei que proíbe e condena o aborto.
Eu venho de um país que vocês dizem que é "atrasado", mas no meu pais não há tantos preconceitos como em portugal. Pelo menos desde que estou aqui nunca mais me senti tão à vontade a sair à rua como lá. Todos olham para ti, sabem tudo da tua vida, etc. Não se pode fazer nada.
Agora em relação ao aborto, tinha uma amiga que sempre se cuidava, tinha 19anos, era nova e estudava. Agora, numa aventura, aconteceu a "desgraça". O aborto era a decisão dela. Já não era cachopa, tinha mais ou menos condições, mas o rapaz de certeza não queria bebés, ela não estava preparada para ser mãe, tinha uma vida pela frente, estudava, etc. Com lágrimas no olhos, mas sem duvidas, foi fazer o aborto numa clínica especializada, com boa assistência e ficou bem. De certeza não vai esquecer, e vai ter mais cuidado ainda. Agora terminou os estudos, já se casou e estão a planear ter um filho, um filho desejado, em condições e rodeado de amor.
Agora qual seria a vida dela se tivesse um bebé naquela altura? Eu sei que parece egoísta mas assim salvaram-se 3 vidas. Da mãe, do bebé e do pai.
Outro exemplo: uma mulher casada que já tem 2 filhos, porque financeiramente não pode mais (como hoje em dia a vida esta cara) era uma desgraça ter mais filhos. Vai fazer o quê? Vai ter filhos e filhos porque a lei não a deixa fazer aborto? E depois vive na miséria, ou vende ou abandona ou até mata as crianças? É assim que está bem?
E adolescentes gravidas? Gostam de ver isto, vidas tão novas estragadas?
E mulheres desesperadas a fazer asneiras para abortar e nunca mais poder ter filhos?
EU VOU VOTAR E VOU VOTAR SIM

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Movimento Jovens pelo Sim

Em Portugal, 360.000 mulheres entre os 18 e os 49 anos já abortaram
clandestinamente. Portugal é o único país da Europa onde ainda existem
julgamentos por prática de aborto.
Pelo fim do aborto clandestino, VOTA SIM!


Movimento Jovens pelo Sim
http://www.jovenspelosim.org
http://jovenspelosim.wordpress.com

www.jovenspelosim.org/flyer_divulgacao.pdf
(divulga este panfleto)
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Concerto - Artistas pelo SIM

Sábado - 3 de Fevereiro - 21h - Fórum Lisboa
(www.jovenspelosim.org/concerto.jpg)

TERRAKOTA
ZÉ PEDRO [XUTOS]
MARIO LAGINHA + MARIA JOÃO
PACMAN + VERA CRUZ
CAMANÉ
COOL HIPNOISE
JP SIMÕES
MICRO AUDIO WAVES
VERA MANTERO + PEDRO PINTO
+
INTERVENÇÕES DE:
Carla Bolito
Cleia Almeida
José Luís Peixoto
Margarida Cardeal

PowerPoint pelo SIM: http://rapidshare.com/files/14150168/votaSIM.pps.html



Manuel Silva

"...opinião de quem trabalha há anos na área de reprodução medicamente assistida."

Penso que é mais útil filtrarmos os sencacionalismos e boçalidades de certas campanhas e darmos mais importância à opinião de quem trabalha há anos na área de reprodução medicamente assistida. Aqui têm uma entrevista dada por Mário de Sousa, um dos mais conceituados cientistas portugueses, ao JN sobre o assunto: http://jn.sapo.pt/2007/01/25/nacional/a_deve_paga_uma_questao_sacrificio.html

Vasco

Explicação

O que o Martelo defende é a despenalização da mulher, não dos restantes intervenientes. Os paralelos com a droga são imediatos. O consumo de haxixe é neste momento legal, foi despenalizado. O tráfico, contudo, não foi. No caso do aborto, tomar uma pílula abortiva, por exemplo, passaria a ser legal. Trafica-las, por outro lado, não. E também não se venderiam na farmácia, da mesma forma que não se vende haxixe no café. Isto não é incongruente com a lei actual, antes pelo contrário. Com esta disposição adicional esta passava a ser em tudo idêntica à espanhola. Quando tanto se fala de que os ricos vão a Espanha (e quando as clínicas espanholas querem vir a nós), põe-se a dúvida de porque raio havemos de querer ter uma lei mais permissiva que a espanhola, quando em Espanha a liberalização foi engavetada pelo PSOE.


Nuno

Marcelo Rebelo de Sousa - Assim Não

Finalmente tive algum tempo para ver os videos do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa no site dele (www.assimnao.org) e vou agora aqui exprimir a minha opinião.
"Assim não" exprime exactamente aquilo que eu sinto acerca da pergunta do referendo e da lei que querem passar. Mas o "assim não" do Prof. Marcelo parece-me (e perdoem-me a expressão) uma palhaçada. Ele repetidamente refere que é a favor de uma despenalização, mas ao mesmo tempo é a favor da lei actual como ela está. Que a mulher deve ter uma razão muito forte (e ele frisa sempre de saúde fisica ou mental) senão não pode abortar. Mas se despenalizarmos como é que as obrigamos a fazer a avaliação psicologica que tanto fala e como é que impedimos que, mesmo sem ser uma questão de saúde, possam abortar? Agora percebi o clip dos gato fedorento a gozar com ele. "É proíbido. Mas pode abortar. Aborta e o que lhe acontece? Nada! Mas é proíbido".
http://www.youtube.com/watch?v=NXt8F7aw2LA&NR
Fausto

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Vou votar "não" dia 11

Não acredito que consiga mudar a opinião de ninguém, mas vou aproveitar a oportunidade para rebater alguns dos argumentos do "sim". É enorme, leiam só se tiverem paciência.

Primeiro, a lei actual. Diz-se da mesma que esta é extremamente repressiva - não é verdade.

A lei portuguesa é muito semelhante à espanhola, divergindo sobretudo na sua aplicação. Aliás, o PSOE foi eleito em Espanha sob a promessa de liberalizar não só os casamentos e adopções gays, mas também o aborto. Alem disso, há notícias de diversas clínicas abortivas espanholas que pretendem instalar-se em Lisboa, independentemente do referendo.

A lei portuguesa é repressiva única e exclusivamente na medida em que consagra o aborto como crime por parte da mulher. A não liberalização do aborto não é incompatível com deixar de punir as mulheres. Foram já apresentadas na assembleia diversas propostas para suspender a aplicação de penas às mulheres - foram todas rejeitadas pelo PS (até porque julgamentos com manifestações à porta fazem o jogo do sim...)


Segundo, a pergunta. Vamos por partes.

"Concorda com a despenalização..." Visto que isto levantou dúvidas, vou comentar. Despenalizar é remover uma pena. Não, não continua a ser crime, visto que não há crimes sem pena (quando muito há penas sem crime). Por outro lado, não quer dizer que seja livre, um direito.
Continuemos... tudo certo, não fora o resto da pergunta.

"da interrupção voluntária da gravidez..." Um eufemismo barato para aborto, sob a desculpa de que aborto é sempre termo ilícito (contrastar esta ideia com o termo médico "aborto espontâneo").

"se realizada, por opção da mulher..." Note-se: por simples opção da mulher, nada mais é consagrado - começamos já a entrar onda na liberalização.

"nas primeiras dez semanas" E depois? Mantêm-se a lei e as penas, muda-se a gosto..?

"em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?" Chegamos à parte que consagra a vitória absoluta da liberalização sobre despenalização - autorizam-se e legalizam-se estabelecimentos.

Mas que perguntas ficam pelo meio? Despenaliza-se quem, a mulher, o médico..? Opção da mulher, nada mais a considerar? E o pai, que direitos? E o processo, simples, rápido e indolor? E depois das 10 semanas, tribunal, prisão, para a mulher, para todos? Que estabelecimentos, financiados como? Da pergunta não retiramos nada.


Terceiro, a lei que se quer aprovar.

A lei que se quer aprovar sob a coberta desta pergunta, oferece a liberalização total do aborto até às 10 semanas, passando este a ser um direito inalienável da mulher. Não se consagra nenhum mecanismo de controlo. Mas mais hipócrita, não se muda uma vírgula sobre o que se passa quando o aborto é feito depois das 10 semanas, ou fora de estabelecimento legalmente autorizado. Aí punem-se não só os médicos, mas também as mulheres, com pena de prisão.


Finalmente, alternativas, discussão, etc.

A lei que temos, aplicada de outra forma (como em Espanha), é uma alternativa. A lei do Reino Unido, que prevê que a mulher deve dar uma justificação para o aborto, e convencer pelo menos dois técnicos a autoriza-lo (sejam médicos, psiquiatras, psicólogos, técnicos de planeamento familiar, assistentes sociais), é uma alternativa. As leis de diversos países que impõem um periodo de reflexão obrigatório de 24 a 48h (durante o qual a mulher tem que receber aconselhamento, e apenas após o qual pode tomar uma decisão final), são alternativas.
Porque é que, se esta é uma discussão que divide a sociedade portuguesa, não se ouve falar de tais alternativas, como forma de salvaguardar os interesses de quem moderadamente não quer ver o aborto a pedido liberalizado? Ganhariam o meu voto!

Se o aborto deve ser desencorajado, e se ninguém é a favor do aborto (afirmação que contesto veementemente quando me dizem "são só células" ou "é como cortar as unhas dos pés"), porque não aparece mais gente do "sim" a promover posições que desencorajem o aborto e que permitam chegar a um compromisso? E porque se quer aprovar uma das leis mais liberais do mundo relativamente à questão, sob a coberta da despenalização das mulheres?

Já agora, quanto a algumas das posições tomadas por estas bandas...

É impossível salvaguardar a posição do pai porque não há testes de paternidade? Até há, mas OK. Agora e o contrário? Fazendo de advogado do diabo - e se o pai quiser o aborto? A mulher tem direito a dizer que não e ter o filho - tudo certo. Mas porque há-de ter direito a depois pedir pensão de alimentos para o seu filho? Se a mulher se pode demitir da paternidade a pedido, porque não pode o pai? Até pode não ser viável saber com certeza quem é o pai e dar-lhe direitos, mas há muito de assimétrico nesta lei relativamente a isso.

A ideia de que ninguém vai abusar da lei. Toda a gente prefere tomar a pílula do que ir à faca, certo? Não - ridículo! Até às 10 semanas não se vai à faca. Em grande parte de tal periodo basta tomar uma pílula abortiva. Mesmo depois de esgotada essa oportunidade o procedimento é simples, faz-se numa consulta de ginecologia, e é óbvio que sem internamento. À faca vai continuar a ir-se bem depois das 10 semanas, e não só ilícita como ilegalmente. A lei vai ser abusada com abortos repetidos, basta analizar estatísticas de outros países. E vai continuar a fazer-se tudo e mais um par de botas à margem da mesma.
Alguém duvida?

Mas estatísticas então. Em Espanha estudos indicam que o aborto é de longe a maior causa de morte - a maior, mais que as doenças cardiovasculares, mais que o cancro. Nos EUA estima-se que 43% das mulheres terão realizado pelo menos um aborto quando chegam à idade de 45 anos, que 47% dos abortos são pedidos por mulheres que já haviam realizado abortos anteriormente, e que 54% das gravidezes não desejadas acaba em aborto. Não são números marginais.

O aborto não um tópico quente só em Portugal, nem a tendência é sempre para a liberalização. Em Espanha o PSOE optou por deixar na gaveta a promessa da liberalização do aborto. Em França não há muito tempo houve uma manifestação para desliberalizar o aborto, impor limites. E no Reino Unido, em que a lei já consagra diversos limites, sondagens indicam que a maioria pensa que a lei é demasiado liberal - particularmente os jovens. De todas a notícia mais publicitada em Portugal é a menos relevante: na Alemanha o estado oferece uma quantia significativa a todos os que decidam ter filhos.

No quadro actual, infelizmente, não vejo hipótese alguma de virmos no futuro próximo a ter uma racionalização do acesso ao aborto se o "sim" vencer. E desenganem-se: é do "sim" a esponsabilidade de nos convencer que mudamos para melhor. "Está tudo mal, vamos mudar para diferente", não me convence; "vamos deixar de meter as mulheres na prisão" é uma resposta demasiado simplista para este problema (até porque nenhuma alguma vez foi para a prisão, e as que foram julgadas continuarão a se-lo, pois abortaram bem depois das 10 semanas).

Liberalizar o aborto (ou despenaliza-lo nestes termos, se preferirem) é um erro. Por mim, sem dúvida, assim não!


Nuno

Concordo com o David

Concordo plena e inteiramente com o David e faço dele minhas palavras.

Não sejamos hipócritas, com sins ou nãos, os abortos são feitos na mesma. E quando as mulheres não têm disponibilidade financeira para o fazer, largam-nos aí em caixotes mal nasçam. Que vida vão ter estas crianças? Não é outro forma de aborto? Uma existência de desgraça?


Inês

Bom já agora gostaria de partilhar a minha opinião sobre este assunto.

Como não podia deixar de ser, sou pai e sou contra o aborto (como acredito que a maioria das pessoas o é), e acho que salvo raras excepções trata-se de algo execrável. Mas vou ter que votar SIM no próximo referendo...
Se um feto de 10 semanas pode ou não ser considerado uma vida é algo polémico, mas uma criança é certamente uma vida. Para mim custa-me muito mais ver uma criança morrer vitima de abusos e de maus tratos do que um feto de 10 meses num aborto. Não há maneira de obrigar uma mãe ou pai biológicos a desejarem e a amarem um bebé. Não basta garantir o direito a nascer para preservar uma vida... É preciso garantir que o bebé vai amado por quem o irá educar (nem sequer precisam de ser os pais biológicos).
Os acérrimos defensores da vida deviam ponderar esta questão também. Para mim, salvar uma vida para uma curta existência de sofrimento não tem mérito algum. Mesmo que a criança consiga sobreviver a uma infância terrível, que tipo de adulto será? Os bebés têm que ser protegidos para além do seu nascimento e enquanto isso não acontecer acho que o aborto é um mal menor...
Outro argumento que também acho que é muito fraco é o de se usar o aborto como método contraceptivo. Queiram ou não, é sempre algo extremamente traumático para o corpo humano e a natureza tratar-se-á de impor o limite ao número de abortos que uma mãe poderá efectuar mais ou menos impunemente (uma espécie de retorno Karmico, para quem o quiser ver desta forma)!
No entanto pesa na minha consciência um outro factor que contrapõe os anteriores. É o caso de a mãe não querer o filho e não querer submeter-se ao parto, mas o pai ou alguém querer e ter condições para criar e educar a mesma criança de forma saudável. Sendo que, sempre que refiro saudável, estou a falar de saúde física, psicológica e emocional...
No entanto, acho que em vez de se comparticiparem os abortos, deviam-se comparticipar os nascimentos e arranjar desde logo famílias adoptivas para as crianças cujos pais biológicos não as querem criar... Nunca ninguém deverá ser obrigado a criar uma criança que não queira ou não tenha condições para o fazer. (Uma criança nunca deverá ser um castigo por um deslize sexual... Os direitos dessa criança estão acima da irresponsabilidade dos progenitores!)
Ninguém disse que era uma decisão fácil! :-/
David.

A minha escolha vai ser o Não. E porquê, perguntam?

Nos dias que correm, em que todos temos os meios contraceptivos ao nosso alcance, desde as pílulas, ao preservativo e também à pílula do dia seguinte, não concordo que a solução passe por fazer um aborto, por matar uma vida... Não pode ser assim!

Acho que, para variar, as pessoas confundem tudo, e o que se passa no nosso país, é que não existe responsabilidade, consciência, as pessoas tem de ser responsáveis pelas atitudes que tomam, pelo que fazem, e não arranjar uma maneira "mais fácil" de resolver o problema, neste caso chamado de gravidez, bebé...

Todos sabem que quando estão a ter uma relação sexual e não foram tomadas as devidas precauções, uma gravidez pode acontecer, mas claro o bom do Portuga pensa logo:"Não, não há-de de me acontecer nada!"

Bolas, não pode ser assim, temos de ser conscientes e responsáveis. Para além de que a lei já prevê os abortos nas seguintes situações:

Artigo 140.º
(Exclusão da ilicitude do aborto)
1 - Não é punível o aborto efectuado por médico, ou sob a sua direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da mulher grávida quando, segundo o estado dos conhecimentos e da experiência da medicina:

a) Constitua o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;

b) Se mostre indicado para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida, e seja realizado nas primeiras 12 semanas de gravidez;

c) Haja seguros motivos para prever que o nascituro venha a sofrer, de forma incurável, de grave doença ou malformação, e seja realizado nas primeiras 16 semanas de gravidez;

d) Haja sérios indícios de que a gravidez resultou de violação da mulher, e seja realizado nas primeiras 12 semanas de gravidez.

Para mim, um ser com 10 semanas não é apenas um conjunto de células, já existe um coração que bate, que luta pela vida.
Talvez esta situação seja mais fácil de entender por uma mulher, que já tenha estado grávida, e sabe a sensação que é de ter um ser dentro dela… Ou ainda melhor, é ter abortado sem o querer, ou seja, tenha tido um aborto espontâneo, tenha perdido um bebe…e acreditem que perder um bebe com 10 semanas de gestação custa muito…mesmo sem saber qual era o seu sexo… é duro… por isso não compreendo como é que conseguem tomar a decisão de acabar com uma vida, só porque é mais fácil para não ter problemas familiares, económicos ou sociais…

Por isso é que eu vou votar Não, tudo deve passar pela consciencialização, pela chamada à responsabilidade.

Ana

Mais factos

Também concordo que os slides são para apelar ao voto ao Não, mas deveremos saber retirar as informações verdadeiras, devemos saber fazer uma triagem daquilo que é valido, por isso sou da opinião que se deve ouvir os dois lados e reter o que achamos importante e válido.
Quanto à um feto com 10 semanas, cá vão algumas informações verdadeiras:

7ª semana
Com cerca de 1,3 cm, o embrião tem a cabeça inclinada sobre o peito e o rosto está já a ganhar forma. Os braços e as pernas são agora mais visíveis. O coração começa a desempenhar a sua função. O bebé já possui intestinos, rins, fígado, pulmões. Em formação estão os órgãos sexuais, as células ósseas e o sistema nervoso.

8ª semana
O embrião continua a crescer até perto dos 3 cm, sendo agora chamado de feto. O rosto já é mais visível, a língua já está formada e as partes internas das orelhas estão a tomar forma. As pernas e os braços estão agora mais compridos e têm os dedos em fase final de formação. Já se distinguem os ombros, as ancas, os cotovelos e os joelhos. Os órgãos internos estão quase todos desenvolvidos. O bebé mexe-se bastante, apesar de a mãe não sentir.

Ana

Resposta - Apresentações Powerpoint

Bem, apoiando o Acacio, devo dizer que a outra app, das imagens, tb nao me parece mt correcta.
Segundo percebi apos uma rapida pesquisa na net, um feto com 10 semanas nao é maior que o nosso polegar. Algumas das imagens nao correspondem às semanas referidas e alguns dos abortos nao sao aplicaveis a fetos deste tamanho.
Acho que quem fez as apps, queria apelar à parte emocional e irracional das pessoas, para poder as "convencer", invez de apresentar informações verdadeiras e objectivas.
E tal como o Acacio disse, se estiver errada, peço desculpas.

Cristina

Resposta - Apresentações Powerpoint

Acho que é sempre importante recebermos todas as informações, sejam em sites ou em powerpoints, de uma forma ceptica e termos a responsabilidade de: ou não basear grandes decisões na sua veracidade, ou de procurar outras referências para criar uma coerência que cria uma base mais sólida à veracidade das mesmas.

Acho que a informação e a opinião que o Acácio transmitiu é importante e espero que todos se informem bem antes de acreditarem nas primeiras coisas que lhes dizem (ou recebem pelo mail).

Fausto

Resposta - Apresentações Powerpoints

Gostava de me manifestar relativamente a estas apresentações. Até agora esta troca de ideias baseava-se apenas em opiniões simples das pessoas, pessoas numa discussão salutar a trocar as suas opiniões a priori sobre o assunto, a favor ou contra. Estas apresentações são, no entanto, propaganda e, nesse sentido, começam com coisas verdadeiras e vão aumentando em direcção às meias-verdades.
Independentemente das opiniões das pessoas, e de até concordar com alguns dos argumentos anti-aborto, não posso deixar passar certos "factos" sem reagir. Segue uma lista de "factos" interessante; para todos eles corri pesquisas no google, com diferentes palavras-chave, e as únicas referências apontaram sempre para sites com outras campanhas anti-aborto. No mínimo, fica a dúvida sobre a veracidade do conteúdo.
"Factos":
-> Uso de colagénio de fetos para produção de cosméticos;
-> Tabelas de preços de partes do feto pós-aborto;
-> "nos estudos que existem referentes aos países onde o aborto é legal, mais de metade das mulheres que abortaram disseram que o fizeram obrigadas";
-> "em praticamente todos os países, após a despenalização, não só aumentou bastante o aborto legal, como não diminuiu o aborto clandestino, pois a lei não combate as suas causas";
-> "Noutras nações, considera-se que só a escória da classe e os incompetentes é que seguem a "carreira" de abortador";
-> "Está provado que a despenalização torna o aborto mais aceitável na mentalidade da sociedade";
-> "Em alguns estados dos EUA, depois da liberalização do aborto, chegou-se ao infanticídio". Há muitas maneiras de se defender uma ideia; acho que esta não é a melhor.
Acácio
P. S. - Como posso estar enganado, pedia desde já, se alguém as tiver, que me indique referência para estas afirmações, que não correspondam a sites anti-aborto. Se isso acontecer, peço antecipadamente desculpa referente à(s) afirmação(ões) que se provem verdadeiras. Até lá, em função das minhas pesquisas, considera-las-ei falsas.

Powerpoints com informações - NÃO

Junto envio 2 apresentações com informação sobre o aborto que considero poderem ser úteis no esclarecimento de alguns factos relacionados com esta matéria, no contexto actual em que todos nós iremos ser chamados a votar no referendo que se irá realizar daqui a 1 mês.

Apesar de serem complementares, alerto para o facto da 1ª apresentação conter imagens eventualmente chocantes para quem tenha uma maior sensibilidade, sendo que nesse caso recomendo apenas a consulta da 2ª apresentação que é mais factual e expositiva.

Pessoalmente, como a maioria de vós já deverá saber, creio que a vida nem sequer deveria ser referendável, dado que é o valor supremo a que qualquer pessoa tem direito, mesmo que ainda não tenha nascido. Por isso, irei votar NÃO.

Estarei disponível para prestar qualquer esclarecimento adicional que considerem necessário ou debater ideias/pontos de vista com quem estiver interessado, com o objectivo de melhor poder ajudar a formar opinião e tomarmos todos uma posição bem fundamentada no referendo.

Se acharem que o devem e podem fazer, divulguem.

Obrigado e um abraço,

Com os melhores cumprimentos.

João Oliveira

Resposta à Vera

Eu concordo com isso. Acho que o estado poderá eventualmente comparticipar mas obviamente dentro daquele panorâma que eu disse de um acompanhamento social e psicologico da mãe, onde seria inadmissivel uma recorrência do problema flagrante como mulheres que abortam 3, 4, 10 vezes... Se houver um acompanhamento isso não será possivel de acontecer tanto porque o estado se apercebe da recorrência, tanto como a propria mulher será mais informada acerca dos contraceptivos e da responsabilidade e da impossibilidade que tem de estar sempre a abortar "á conta" do estado.
Por isso é que eu digo que não deve ser pago pelo sistema de saúde mas sim pela segurança social onde o caso pode ser acompanhado do ponto de vista social (já que isto é uma questão social e não médica).
Fausto

Esclarecimento

Não queria que ficassem a pensar que eu acho é que devia ser tudo privado e bem caro e cada um paga o seu e pronto, ou seja, não acho que o aborto devesse ser uma coisa exclusiva de ricos. Mas falei nos custos para o estado porque acho que tem que haver limites e o estado não pode ser responsabilizado de pagar constantemente pela irresponsabilidade das pessoas. Não é uma coisa essencial, não é uma doença, não põe em perigo a vida de ninguém (pelo contrário) e por isso não devia ser uma prioridade. E acho que mesmo tendo em conta a capacidade económica das pessoas, era essencial ter sempre que se pagar qualquer coisa... mesmo que não seja muito, devia ter sempre que se pagar! Não pode sair mais barato fazer um aborto do que comprar a pílula todos os meses para o evitar.
Pronto, era só este pequeno ponto que queria esclarecer... também não queria que pensassem que eu achava muito bem os ricos fazerem por terem dinheiro e os pobres como não tinham, paciência... Para mim nem é mesmo uma questão de dinheiro e até compreendo melhor que um pobre o queira fazer que um rico. Era mais por uma questão, mais uma vez, de achar que abortar não devia ser um processo fácil e sem qualquer custo. É mais por uma questão de tentar que as pessoas não percam a consciência do que estão a fazer.
Um beijinho grande!
Vera

Bem, eu vou votar no Sim.

Apesar de nao concordar totalmente com a nova lei, pois esta afirma que as mulheres podem fazer quantos abortos quiserem sem dar justificacoes a ninguem, sem serem obrigadas a ter apoio psicologico. Julgo que podia ser uma lei melhor, que obrigasse a apoio psicologico, com sigilo entre medico-paciente, para que se podesse procurar mostrar outras solucoes, perceber se é mesmo o que a mulher quer fazer e acompanhar-la no pós-aborto, para que seja possivel o impedimento de um novo aborto e tentar garantir a estabilidade psicologica da mulher.
Quanto às 10 semanas, acho que é pouco, pq muitas mulheres chegam a nao saber que estao gravidas nessa altura. Como resposta ao Filipe (Joe), para mim o limite está em quando o feto consegue sobreviver cá fora com toda a tecnologia que já se conhece! Julgo que já é possivel se manter um bebe ainda a acabar de se "formar" em incubadoras... mas posso estar errada.
Mesmo nao concordando totalmente com a nova lei, esta é melhor do que a anterior. E mais vale um pequeno passo para uma lei melhor, do que se manter uma pior. Ja é o 2o referendo e nao sei se haverá outra oportunidade. Com esta nova lei as coisas vao mudar, a maioria dos abortos ilegais e nao registados, tornar-se-ao registados e as suas razoes conhecidas e tz assim permitam-se melhores estudos da nossa sociedade o que podera levar a uma lei mais correcta no futuro. Quem sabe... quem sabe se finalmente será feita a aplicação de aulas de civismo/educacao sexual pelo menos no secundário!
Cristina

Eu sei que este ponto é altamente controverso...

...mas eu - talvez esteja mal informado - considero um feto com 10 semanas um aglomerado de celulas.. e nao um bebé... Alguem tem sites de referência sobre isto?
À partida vou votar sim, ja participei directa e indirectamente em vários abortos, às vezes por acidente, às vezes por pura estupidez dos intervenientes. Concordo com todos os argumentos que as campanhas do "não" usam, e concordo particularmente com o movimento "assim nao". E eu "sou daqueles" que acedem ao argumento estupido de "sejam legais ou não, toda a gente os faz"... para mim isto é um facto e acho injusto que quem pode vá a clinicas especializadas (€€€) e quem não tem dinheiro que se lixe.
Eu apostaria mais em medidas para garantir que o aborto nao é usado como metodo contraceptivo, que seja feito em segurança para toda a gente. Que os preços fossem taxados em funcao dos rendimentos das pessoas, que depois do aborto a rapariga fosse fortemente consciencializada e informada sobre tudo (que sim, apesar do que se pensa há gente que não sabe que é facil obter pilulas, preservativos, etc), e tantas mais que as pessoas que são pagas para pensar nisso nunca dizem.
No entanto chateiam-me várias coisas. Chateia-me isto ser submetido a referendo publico quando as pessoas vão votar por carneirismo (psd, ps, religiao, etc etc) do que por consciencia. Chateia-me que - ja que vamos a referendo - os horarios nobres das televisoes estejam inundados de merda em vez de haver espaços de debate publicos. Que eu não tenha podido ver o pros e contras e agora nao ha mais nenhum programa de jeito a falar disso. Chateia-me que se discutam comissões de movimentos do SIM e do NAO, quando se devia gastar esse dinheiro a informar, ou a ajudar quem precisa.
Enfinzes, a quem chegou ate aqui, aquele abraço!
Joe

Eu acho que devia ser permitido fazer abortos até às 10 semanas.

Sinceramente as condições em que estão a meter o referendo não são as melhores, mas já se passou demasiado tempo desde o último referendo, e se deixarmos passar este mais uma vez, só se estará a adiar cada vez mais a questão!
Eu também não concordo com por exemplo o aborto sem comparticipado pelo estado! Há mesmo muita informação sobre contraceptivos e qualquer jovem consegue obter pilula e preservativos grátis, por isso isto não tem nada a haver com sermos pobres ou ricos! E não são os bairros degradados que têm menos informação ou menos acesso a contraceptivos grátis, quem tem menos informação e menos acesso a estes são aqueles que vivem no interior, onde tudo fica mais longe, e há menos coisas com que se entreter!
Fausto quanto ao papel do pai sobre se a mãe pode ou não fazer o aborto, concordo contigo que até devia ser levado em consideração, mas não é possível aplicar tal medida! Não é possível fazer testes de paternidade a uma criança que ainda não nasceu, logo se uma mulher quizer fazer um aborto sem a autorização do homem que a engravidou, pode recusar-se a revelar o nome do pai, ou mesmo arranjar um amigo que diga que é o pai, logo, isso é uma medida impossível de aplicar!!
Acham mesmo que daqui a mais 5 anos a mentalidade do povo português vai mudar alguma coisa em relação ao uso de contraceptivos, pilula do dia seguinte ou aborto?
No fundo no fundo, o que acaba por acontecer é que os abortos acontecem na mesma, provavelmente em condições piores do que poderiam ser feitos; os profissionais que os fazem até ganham mais dinheiro por ser ilegal (metade é lucro como estava no artigo que o Fausto mandou); por ser legal em Espanha e ilegal em Portugal, os espanhóis também ganham com isso!
Ah e acho uma vergonha meterem a Igreja a dar sermões sobre o aborto! Já toda a gente sabe que as leis da igreja também condenam o uso de contraceptivos e eles são legais em todo o lado! A Igreja não tem nada de se meter ao barulho relativamente a leis portuguesas, a Igreja tem as suas leis, e os católicos é que têm de obedecer às mesmas! Não têm nada de meter todos os portugueses a obedecer às leis católicas uma vez que cada um tem o direito de escolher a sua religião!
Rita

Just my two cents

Actualmente, o que passa no nosso país é o seguinte:

- Quem tem muito dinheiro, vai "passar um fim de semana" a Inglaterra ou à Holanda
- Quem tem algum dinheiro, pega no carro ou compra um bilhete de comboio/camioneta e vai fazer uma visita a uma cidade fronteiriça espanhola (o nosso país chega ao ridículo de termos jornais de grande tiragem, como o "Público" e o "Expresso", com anúncios de clínicas abortivas em Badajoz...)
- Quem não tem dinheiro, sujeita-se ao "vão de escada" e à faca...

Obviamente que ninguém no seu perfeito juizo é a favor do aborto, só que a vitória do "NÃO" não vai fazer com que as mulheres deixem de fazer abortos clandestinos. Assim sendo, como sou uma pessoa muito pragmática e acho que os problemas se devem encarar com frontalidade, acho que a vitória do "SIM" é o menor de todos os males. Ao menos que hajam condições para que a prática seja feita com as mínimas condições médicas e sanitárias.

Vasco

Resposta

Despenalizar significa que o aborto continua a ser crime, mas sem pena, ou seja as mulheres nao vão presas, liberalizar deixa de ser crime e a Lei do PS pretende que seja possivel fazer abortos em clinicas normais, etc etc.

hasta

Joe

Duvida

Hmmm... ainda não percebi muito bem a diferença entre a despenalização(que é o que se pretende e supostamente aquilo que vamos votar) e aliberalização (que é o que supostamente está previsto na lei que vaiser aprovada se o sim ganhar). O liberalizar implica que o estadopaga? E o despenalizar vai passar a não penalizar as mulheres quefaçam abortos, seja por que razão for? Já estou toda confundida...

Vanda

Assim Não

Já agora disseram-me que seria interessante vermos este video:

http://www.assimnao.org/videos.htm

que é a opinião o Marcelo Rebelo de Sousa que já tinha ouvido falar que era bastante interessante.

Fausto

Bem, não é que a minha opinião interesse muito, mas cá vai.

Devo dizer que desde há muito tempo que tinha decidido votar sim num possível referendo ao aborto. Não concordo de maneira nenhuma com o aborto (excepto nos casos permitidos actualmente na lei) mas compreendo o problema que é para muitas pessoas ter um filho e compreendo o que as leva a recorrer a uma solução dessas. No entanto para mim é, e continuará sempre a ser, uma má solução e que deve ser sempre evitada. Mas o interessante nisto tudo é que as campanhas a favor do sim conseguíram convencer-me a mudar de opinião. Neste momento ou vou votar não ou em branco, porque é indecente o que se está a tentar fazer. Primeiro fazem uma pergunta enganosa. Perguntam se a pessoa é a favor da despenalização (que isso claro que sou) para depois poderem aproveitar e legalizar. O que é completamente diferente. Uma coisa é as mulheres deixarem de ser perseguídas quando a situação já é dolorosa para elas, outra é o estado ajudar, facilitar e pagar para que façam isso. Apesar de todas as justificações que se possam arranjar para dar o direito à mulher de decidir, continua a ser uma mãe a matar um filho e isso pelo menos não pode ser fácil nem simples. Além disso a lei em causa é demasiado facilitista. Torna-se mais fácil chegar a um centro de saúde, arranjar o papelinho que garante que o estado paga tudo, ir a uma clínica privada tratar do 'assunto' e voltar para casa com tudo resolvido, do que estar doente e ser atendido numa urgência de um hospital. Querem aprovar uma lei em que o aborto se torna tão simples que secalhar muita gente nem vai ter consciência do que aquilo realmente significa. Acho que é no mínimo um escândalo tentarem aprovar uma lei assim. Quando ainda por cima à tanta falta de recursos nos nossos hospitais e tanta gente em filas de espera intermináveis.
Bem, resumindo, eu que era pela liberdade de escolha e compreendia que às vezes é mesmo a melhor solução, e que continuo a ser pela liberdade de escolha, neste momento sou pelo "Assim Não".
Um beijinho, Vera

Resposta ao Acacio


Eu vou-te dizer que estou pelo sim. Porquê?

- Eu, pessoalmente, sou pró-aborto;
- Independentemente de eu ser pró ou contra, não é a minha opinião que deve contar - mas sim a de quem vai abortar - e nesse sentido devo votar "liberdade de escolha";


Liberdade de escolha das mulheres.. Então e a criança? E o pai? Não estamos a falar de um aumento de mamas. Porque é que as mães não podem matar os filhos depois de eles nascerem? Só porque estão cá fora? E um feto com 8 meses pode ser? E 3 meses?

- Vai ser usado como contraceptivo? Alguma mulher é suficientemente estúpida para preferir uma intervenção cirúrgica, ir à faca, ficar um ou 2 dias na cama, em vez de usar um preservativo ou tomar uma pílula?

Pois. Tens razão. Até porque não há fartazana de mulheres a fazer sexo com vários homens sem contraceptivo e de certeza que não sabem que podem apanhar SIDA e a sida parece-me um pouco pior que ter uma intervenção cirurgica ou ir à faca. A questão não é das pessoas tomarem decisões conscientes estupidamente. É de inconscientemente arranjarem desculpas estupidas para fazerem algo estupido (como por exemplo "isso nunca me vai acontecer a mim"). Há muita pessoa estupida, suficiente para ser relevante.

- Mais informação? Outdoors por todo o lado a falar do preservativo, preservativos e pílula de borla no planeamento familiar, anúncios na televisão sobre preservativos? Nas escolas fala-se de preservativos (eu tenho 23 anos e desde os 11 que na minha escola se falava no assunto), nos filmes fala-se nisso, nos livros fala-se disso. Toda a gente está informada, quem não usa, ou por motivos culturais ou outros, não os usa PORQUE NÃO QUER. Isso é como o "não vamos já multar, vamos primeiro ensinar às pessoas que estão erradas, apesar de todas saberem que estão em excesso de velocidade"...

Mas a tua escola (e a minha) aposto que não foi nenhuma daquelas escolas realmente problematicas. E aposto que os teus pais sempre te incentivaram a ires à escola e a ouvires o que dizem por lá. Existem outras realidades de pessoas que realmente não são guiadas no sentido que nós fomos e que não se incluem no universo de todas as pessoas que alguma vez conhecemos ou da nossa realidade. Essas são aquelas que nem sabem como a pilula funciona, que pensam que se "tirarem a tempo" não há problema de engravidar, etc..

- Essa dos dentistas, então é uma anedota. Já agora, eu sou contra as seringas para os toxicodependentes ou os preservativos de borla - andam a gastar o meu dinheiro para eles se divertirem?!


Ter um filho não é uma doença, como tal não pode ser comparticipado pelo sistema de saúde. Deve é ser uma questão social e abrangido pelos apoios da segurança social a pessoas carenciadas. No final a segurança social até ganha com isso porque nascem menos individuos "problematicos" em termos sociais.

O único argumento que o não conseguiu, para mim, apresentar, foi o da opção do pai. Mas, para mim, não pesa o suficiente. Até porque, se a mulher abortar, o objectivo do pai, ao ver a mulher presa, é a vingança?

Ninguém disse que o pai devia ter uma decisão vinculativa. Mas deviam existir mecanismos para que o pai fosse ouvido e que uma mulher não possao simplesmente abortar sem mais nem menos. Deve existir sempre uma avaliação anterior por alguém competente que poderá apoiar psicologicamente e ajudar a decidir dando outras alternativas e dando a oportunidade ao pai de estar envolvido. A ideia é não tornar o aborto algo que possas fazer como ir arranacar um dente, e se torne uma decisão consciente e de grande responsabilidade. Quantas mulheres não fazem aborto por estarem em estados de depressão profundas, e que mais tarde se arrependem?.

Eu ainda não sei como vou votar. Provavelmente o Sim. Mas acho que a lei poderia ser bastante melhor, ou acompanhada de uma pacote de medidas que resolviam parte da raiz do problema.

Eu vou-te dizer que estou pelo sim.

Porquê?

- Eu, pessoalmente, sou pró-aborto;
- Independentemente de eu ser pró ou contra, não é a minha opinião que deve contar - mas sim a de quem vai abortar - e nesse sentido devo votar "liberdade de escolha";
- Vai ser usado como contraceptivo? Alguma mulher é suficientemente estúpida para preferir uma intervenção cirúrgica, ir à faca, ficar um ou 2 dias na cama, em vez de usar um preservativo ou tomar uma pílula?
- Mais informação? Outdoors por todo o lado a falar do preservativo, preservativos e pílula de borla no planeamento familiar, anúncios na televisão sobre preservativos? Nas escolas fala-se de preservativos (eu tenho 23 anos e desde os 11 que na minha escola se falava no assunto), nos filmes fala-se nisso, nos livros fala-se disso. Toda a gente está informada, quem não usa, ou por motivos culturais ou outros, não os usa PORQUE NÃO QUER. Isso é como o "não vamos já multar, vamos primeiro ensinar às pessoas que estão erradas, apesar de todas saberem que estão em excesso de velocidade"...
- Essa dos dentistas, então é uma anedota. Já agora, eu sou contra as seringas para os toxicodependentes ou os preservativos de borla - andam a gastar o meu dinheiro para eles se divertirem?!

O único argumento que o não conseguiu, para mim, apresentar, foi o da opção do pai. Mas, para mim, não pesa o suficiente. Até porque, se a mulher abortar, o objectivo do pai, ao ver a mulher presa, é a vingança?

Está giro, de qualquer forma...

Acácio

Já agora alguns números

Quer sejam pelo sim ou pelo não, já agora alguns números acerca do ABORTO.

http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=227406&idselect=228&idCanal=228&p=200

Tomem atenção que as estatisticas são sempre estatisticas e podem ser tendenciosas.
No final do artigo estão número da Associação do Planeamento Familiar. Mas os números são sobre as mulheres que eles têm conhecimento. Imaginem por exemplo uma mulher que abortou de uma gravidez devido a não ter usado contraceptivo. Poderá ter mais vergonha de se apresentar do que uma que foi um azar e como tal não ser contabilizada. O mesmo serve para as outras estatisticas. No entanto quanto mais informação tivermos mais fundamentadas são as nossas decisões.

Alguns argumentos que fui encontrando:

SIM:
- As mulheres acabam por fazer na mesma por uma questão de necessidade extrema e sofrem em termos de saúde e (eventualmente) em termos criminais
- As mulheres é que decidem o que se passa no corpo delas
- É uma forma do problema ser controlado e monitorizado e as pessoas sairem do "processo" mais informadas
- Diminui-se o crime diminuindo os individuos que nascem em condições precarias

NÃO:
- É uma vida humana e como tal deve ser preservada
- É contra a lei de Deus e da Igreja
- Vai ser usado como contraceptivo e vai aumentar os casos de Sida

NÃO nas condições em que está a ser feito:
- O papel do pai tem de ser salvaguardado de alguma forma (nem que seja apenas ser ouvido numa avaliação obrigatória antes de qualquer aborto seja feito)
- Não é o momento do SIM porque as razões que levam às gravidezes indesejadas ainda são muito a falta de cuidado, a falta de responsabilidade e a falta de informação. Deviam ser primeiro (ou ao mesmo tempo) serem criadas condições para que este tipo de gravidezes diminuísse drasticamente e que as pessoas também não tomem contraceptivos apenas por causa da gravidez mas por causa da doenças sexualmente transmissiveis.
- Não porque, se hoje em dia nem a estomatologia (dentistas) é comparticipada pelo estado, os abortos também não deviam ser, quando ainda por cima existe tanta gente contra.

Eu concordo pessoalmente com o ultimo ("Não" nas condições em que está a ser feito).

Fausto Fonseca

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Após enviar um e-mail com algumas informações acerca do aborto, seguiram-se uma série de respostas ao mail com opiniões mais diversas das pessoas a quem o mail se dirigia. Como mostraram tanto interesse em partilhar opiniões e ideias decidi criar um blog especifico para mostrar a opinião de todos. Quem quiser participar com a sua opinião é só enviá-la para o meu e-mail faustofonseca@gmail.com.
 
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