terça-feira, 30 de janeiro de 2007
Movimento Jovens pelo Sim
clandestinamente. Portugal é o único país da Europa onde ainda existem
julgamentos por prática de aborto.
Pelo fim do aborto clandestino, VOTA SIM!
Movimento Jovens pelo Sim
http://www.jovenspelosim.org
http://jovenspelosim.wordpress.com
www.jovenspelosim.org/flyer_divulgacao.pdf
(divulga este panfleto)
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Concerto - Artistas pelo SIM
Sábado - 3 de Fevereiro - 21h - Fórum Lisboa
(www.jovenspelosim.org/concerto.jpg)
TERRAKOTA
ZÉ PEDRO [XUTOS]
MARIO LAGINHA + MARIA JOÃO
PACMAN + VERA CRUZ
CAMANÉ
COOL HIPNOISE
JP SIMÕES
MICRO AUDIO WAVES
VERA MANTERO + PEDRO PINTO
+
INTERVENÇÕES DE:
Carla Bolito
Cleia Almeida
José Luís Peixoto
Margarida Cardeal
PowerPoint pelo SIM: http://rapidshare.com/files/14150168/votaSIM.pps.html
Manuel Silva
"...opinião de quem trabalha há anos na área de reprodução medicamente assistida."
Vasco
Explicação
O que o Martelo defende é a despenalização da mulher, não dos restantes intervenientes. Os paralelos com a droga são imediatos. O consumo de haxixe é neste momento legal, foi despenalizado. O tráfico, contudo, não foi. No caso do aborto, tomar uma pílula abortiva, por exemplo, passaria a ser legal. Trafica-las, por outro lado, não. E também não se venderiam na farmácia, da mesma forma que não se vende haxixe no café. Isto não é incongruente com a lei actual, antes pelo contrário. Com esta disposição adicional esta passava a ser em tudo idêntica à espanhola. Quando tanto se fala de que os ricos vão a Espanha (e quando as clínicas espanholas querem vir a nós), põe-se a dúvida de porque raio havemos de querer ter uma lei mais permissiva que a espanhola, quando em Espanha a liberalização foi engavetada pelo PSOE.
Nuno
Marcelo Rebelo de Sousa - Assim Não
"Assim não" exprime exactamente aquilo que eu sinto acerca da pergunta do referendo e da lei que querem passar. Mas o "assim não" do Prof. Marcelo parece-me (e perdoem-me a expressão) uma palhaçada. Ele repetidamente refere que é a favor de uma despenalização, mas ao mesmo tempo é a favor da lei actual como ela está. Que a mulher deve ter uma razão muito forte (e ele frisa sempre de saúde fisica ou mental) senão não pode abortar. Mas se despenalizarmos como é que as obrigamos a fazer a avaliação psicologica que tanto fala e como é que impedimos que, mesmo sem ser uma questão de saúde, possam abortar? Agora percebi o clip dos gato fedorento a gozar com ele. "É proíbido. Mas pode abortar. Aborta e o que lhe acontece? Nada! Mas é proíbido".
http://www.youtube.com/watch?v=NXt8F7aw2LA&NR
segunda-feira, 29 de janeiro de 2007
Vou votar "não" dia 11
Primeiro, a lei actual. Diz-se da mesma que esta é extremamente repressiva - não é verdade.
A lei portuguesa é muito semelhante à espanhola, divergindo sobretudo na sua aplicação. Aliás, o PSOE foi eleito em Espanha sob a promessa de liberalizar não só os casamentos e adopções gays, mas também o aborto. Alem disso, há notícias de diversas clínicas abortivas espanholas que pretendem instalar-se em Lisboa, independentemente do referendo.
A lei portuguesa é repressiva única e exclusivamente na medida em que consagra o aborto como crime por parte da mulher. A não liberalização do aborto não é incompatível com deixar de punir as mulheres. Foram já apresentadas na assembleia diversas propostas para suspender a aplicação de penas às mulheres - foram todas rejeitadas pelo PS (até porque julgamentos com manifestações à porta fazem o jogo do sim...)
Segundo, a pergunta. Vamos por partes.
"Concorda com a despenalização..." Visto que isto levantou dúvidas, vou comentar. Despenalizar é remover uma pena. Não, não continua a ser crime, visto que não há crimes sem pena (quando muito há penas sem crime). Por outro lado, não quer dizer que seja livre, um direito.
Continuemos... tudo certo, não fora o resto da pergunta.
"da interrupção voluntária da gravidez..." Um eufemismo barato para aborto, sob a desculpa de que aborto é sempre termo ilícito (contrastar esta ideia com o termo médico "aborto espontâneo").
"se realizada, por opção da mulher..." Note-se: por simples opção da mulher, nada mais é consagrado - começamos já a entrar onda na liberalização.
"nas primeiras dez semanas" E depois? Mantêm-se a lei e as penas, muda-se a gosto..?
"em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?" Chegamos à parte que consagra a vitória absoluta da liberalização sobre despenalização - autorizam-se e legalizam-se estabelecimentos.
Mas que perguntas ficam pelo meio? Despenaliza-se quem, a mulher, o médico..? Opção da mulher, nada mais a considerar? E o pai, que direitos? E o processo, simples, rápido e indolor? E depois das 10 semanas, tribunal, prisão, para a mulher, para todos? Que estabelecimentos, financiados como? Da pergunta não retiramos nada.
Terceiro, a lei que se quer aprovar.
A lei que se quer aprovar sob a coberta desta pergunta, oferece a liberalização total do aborto até às 10 semanas, passando este a ser um direito inalienável da mulher. Não se consagra nenhum mecanismo de controlo. Mas mais hipócrita, não se muda uma vírgula sobre o que se passa quando o aborto é feito depois das 10 semanas, ou fora de estabelecimento legalmente autorizado. Aí punem-se não só os médicos, mas também as mulheres, com pena de prisão.
Finalmente, alternativas, discussão, etc.
A lei que temos, aplicada de outra forma (como em Espanha), é uma alternativa. A lei do Reino Unido, que prevê que a mulher deve dar uma justificação para o aborto, e convencer pelo menos dois técnicos a autoriza-lo (sejam médicos, psiquiatras, psicólogos, técnicos de planeamento familiar, assistentes sociais), é uma alternativa. As leis de diversos países que impõem um periodo de reflexão obrigatório de 24 a 48h (durante o qual a mulher tem que receber aconselhamento, e apenas após o qual pode tomar uma decisão final), são alternativas.
Porque é que, se esta é uma discussão que divide a sociedade portuguesa, não se ouve falar de tais alternativas, como forma de salvaguardar os interesses de quem moderadamente não quer ver o aborto a pedido liberalizado? Ganhariam o meu voto!
Se o aborto deve ser desencorajado, e se ninguém é a favor do aborto (afirmação que contesto veementemente quando me dizem "são só células" ou "é como cortar as unhas dos pés"), porque não aparece mais gente do "sim" a promover posições que desencorajem o aborto e que permitam chegar a um compromisso? E porque se quer aprovar uma das leis mais liberais do mundo relativamente à questão, sob a coberta da despenalização das mulheres?
Já agora, quanto a algumas das posições tomadas por estas bandas...
É impossível salvaguardar a posição do pai porque não há testes de paternidade? Até há, mas OK. Agora e o contrário? Fazendo de advogado do diabo - e se o pai quiser o aborto? A mulher tem direito a dizer que não e ter o filho - tudo certo. Mas porque há-de ter direito a depois pedir pensão de alimentos para o seu filho? Se a mulher se pode demitir da paternidade a pedido, porque não pode o pai? Até pode não ser viável saber com certeza quem é o pai e dar-lhe direitos, mas há muito de assimétrico nesta lei relativamente a isso.
A ideia de que ninguém vai abusar da lei. Toda a gente prefere tomar a pílula do que ir à faca, certo? Não - ridículo! Até às 10 semanas não se vai à faca. Em grande parte de tal periodo basta tomar uma pílula abortiva. Mesmo depois de esgotada essa oportunidade o procedimento é simples, faz-se numa consulta de ginecologia, e é óbvio que sem internamento. À faca vai continuar a ir-se bem depois das 10 semanas, e não só ilícita como ilegalmente. A lei vai ser abusada com abortos repetidos, basta analizar estatísticas de outros países. E vai continuar a fazer-se tudo e mais um par de botas à margem da mesma.
Alguém duvida?
Mas estatísticas então. Em Espanha estudos indicam que o aborto é de longe a maior causa de morte - a maior, mais que as doenças cardiovasculares, mais que o cancro. Nos EUA estima-se que 43% das mulheres terão realizado pelo menos um aborto quando chegam à idade de 45 anos, que 47% dos abortos são pedidos por mulheres que já haviam realizado abortos anteriormente, e que 54% das gravidezes não desejadas acaba em aborto. Não são números marginais.
O aborto não um tópico quente só em Portugal, nem a tendência é sempre para a liberalização. Em Espanha o PSOE optou por deixar na gaveta a promessa da liberalização do aborto. Em França não há muito tempo houve uma manifestação para desliberalizar o aborto, impor limites. E no Reino Unido, em que a lei já consagra diversos limites, sondagens indicam que a maioria pensa que a lei é demasiado liberal - particularmente os jovens. De todas a notícia mais publicitada em Portugal é a menos relevante: na Alemanha o estado oferece uma quantia significativa a todos os que decidam ter filhos.
No quadro actual, infelizmente, não vejo hipótese alguma de virmos no futuro próximo a ter uma racionalização do acesso ao aborto se o "sim" vencer. E desenganem-se: é do "sim" a esponsabilidade de nos convencer que mudamos para melhor. "Está tudo mal, vamos mudar para diferente", não me convence; "vamos deixar de meter as mulheres na prisão" é uma resposta demasiado simplista para este problema (até porque nenhuma alguma vez foi para a prisão, e as que foram julgadas continuarão a se-lo, pois abortaram bem depois das 10 semanas).
Liberalizar o aborto (ou despenaliza-lo nestes termos, se preferirem) é um erro. Por mim, sem dúvida, assim não!
Nuno
Concordo com o David
Concordo plena e inteiramente com o David e faço dele minhas palavras.
Não sejamos hipócritas, com sins ou nãos, os abortos são feitos na mesma. E quando as mulheres não têm disponibilidade financeira para o fazer, largam-nos aí em caixotes mal nasçam. Que vida vão ter estas crianças? Não é outro forma de aborto? Uma existência de desgraça?
Inês
Bom já agora gostaria de partilhar a minha opinião sobre este assunto.
A minha escolha vai ser o Não. E porquê, perguntam?
Acho que, para variar, as pessoas confundem tudo, e o que se passa no nosso país, é que não existe responsabilidade, consciência, as pessoas tem de ser responsáveis pelas atitudes que tomam, pelo que fazem, e não arranjar uma maneira "mais fácil" de resolver o problema, neste caso chamado de gravidez, bebé...
Todos sabem que quando estão a ter uma relação sexual e não foram tomadas as devidas precauções, uma gravidez pode acontecer, mas claro o bom do Portuga pensa logo:"Não, não há-de de me acontecer nada!"
Bolas, não pode ser assim, temos de ser conscientes e responsáveis. Para além de que a lei já prevê os abortos nas seguintes situações:
Artigo 140.º
(Exclusão da ilicitude do aborto)
1 - Não é punível o aborto efectuado por médico, ou sob a sua direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da mulher grávida quando, segundo o estado dos conhecimentos e da experiência da medicina:
a) Constitua o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;
b) Se mostre indicado para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida, e seja realizado nas primeiras 12 semanas de gravidez;
c) Haja seguros motivos para prever que o nascituro venha a sofrer, de forma incurável, de grave doença ou malformação, e seja realizado nas primeiras 16 semanas de gravidez;
d) Haja sérios indícios de que a gravidez resultou de violação da mulher, e seja realizado nas primeiras 12 semanas de gravidez.
Para mim, um ser com 10 semanas não é apenas um conjunto de células, já existe um coração que bate, que luta pela vida.
Talvez esta situação seja mais fácil de entender por uma mulher, que já tenha estado grávida, e sabe a sensação que é de ter um ser dentro dela… Ou ainda melhor, é ter abortado sem o querer, ou seja, tenha tido um aborto espontâneo, tenha perdido um bebe…e acreditem que perder um bebe com 10 semanas de gestação custa muito…mesmo sem saber qual era o seu sexo… é duro… por isso não compreendo como é que conseguem tomar a decisão de acabar com uma vida, só porque é mais fácil para não ter problemas familiares, económicos ou sociais…
Por isso é que eu vou votar Não, tudo deve passar pela consciencialização, pela chamada à responsabilidade.
Ana
Mais factos
Também concordo que os slides são para apelar ao voto ao Não, mas deveremos saber retirar as informações verdadeiras, devemos saber fazer uma triagem daquilo que é valido, por isso sou da opinião que se deve ouvir os dois lados e reter o que achamos importante e válido.
Quanto à um feto com 10 semanas, cá vão algumas informações verdadeiras:
7ª semana
Com cerca de 1,3 cm, o embrião tem a cabeça inclinada sobre o peito e o rosto está já a ganhar forma. Os braços e as pernas são agora mais visíveis. O coração começa a desempenhar a sua função. O bebé já possui intestinos, rins, fígado, pulmões. Em formação estão os órgãos sexuais, as células ósseas e o sistema nervoso.
8ª semana
O embrião continua a crescer até perto dos 3 cm, sendo agora chamado de feto. O rosto já é mais visível, a língua já está formada e as partes internas das orelhas estão a tomar forma. As pernas e os braços estão agora mais compridos e têm os dedos em fase final de formação. Já se distinguem os ombros, as ancas, os cotovelos e os joelhos. Os órgãos internos estão quase todos desenvolvidos. O bebé mexe-se bastante, apesar de a mãe não sentir.
Ana
Resposta - Apresentações Powerpoint
Segundo percebi apos uma rapida pesquisa na net, um feto com 10 semanas nao é maior que o nosso polegar. Algumas das imagens nao correspondem às semanas referidas e alguns dos abortos nao sao aplicaveis a fetos deste tamanho.
Acho que quem fez as apps, queria apelar à parte emocional e irracional das pessoas, para poder as "convencer", invez de apresentar informações verdadeiras e objectivas.
E tal como o Acacio disse, se estiver errada, peço desculpas.
Cristina
Resposta - Apresentações Powerpoint
Acho que a informação e a opinião que o Acácio transmitiu é importante e espero que todos se informem bem antes de acreditarem nas primeiras coisas que lhes dizem (ou recebem pelo mail).
Fausto
Resposta - Apresentações Powerpoints
Powerpoints com informações - NÃO
Apesar de serem complementares, alerto para o facto da 1ª apresentação conter imagens eventualmente chocantes para quem tenha uma maior sensibilidade, sendo que nesse caso recomendo apenas a consulta da 2ª apresentação que é mais factual e expositiva.
Pessoalmente, como a maioria de vós já deverá saber, creio que a vida nem sequer deveria ser referendável, dado que é o valor supremo a que qualquer pessoa tem direito, mesmo que ainda não tenha nascido. Por isso, irei votar NÃO.
Estarei disponível para prestar qualquer esclarecimento adicional que considerem necessário ou debater ideias/pontos de vista com quem estiver interessado, com o objectivo de melhor poder ajudar a formar opinião e tomarmos todos uma posição bem fundamentada no referendo.
Se acharem que o devem e podem fazer, divulguem.
Obrigado e um abraço,
Com os melhores cumprimentos.
João Oliveira
Resposta à Vera
Por isso é que eu digo que não deve ser pago pelo sistema de saúde mas sim pela segurança social onde o caso pode ser acompanhado do ponto de vista social (já que isto é uma questão social e não médica).
Esclarecimento
Bem, eu vou votar no Sim.
Eu sei que este ponto é altamente controverso...
Eu acho que devia ser permitido fazer abortos até às 10 semanas.
Just my two cents
Actualmente, o que passa no nosso país é o seguinte:
- Quem tem muito dinheiro, vai "passar um fim de semana" a Inglaterra ou à Holanda
- Quem tem algum dinheiro, pega no carro ou compra um bilhete de comboio/camioneta e vai fazer uma visita a uma cidade fronteiriça espanhola (o nosso país chega ao ridículo de termos jornais de grande tiragem, como o "Público" e o "Expresso", com anúncios de clínicas abortivas em Badajoz...)
- Quem não tem dinheiro, sujeita-se ao "vão de escada" e à faca...
Obviamente que ninguém no seu perfeito juizo é a favor do aborto, só que a vitória do "NÃO" não vai fazer com que as mulheres deixem de fazer abortos clandestinos. Assim sendo, como sou uma pessoa muito pragmática e acho que os problemas se devem encarar com frontalidade, acho que a vitória do "SIM" é o menor de todos os males. Ao menos que hajam condições para que a prática seja feita com as mínimas condições médicas e sanitárias.
Vasco
Resposta
Despenalizar significa que o aborto continua a ser crime, mas sem pena, ou seja as mulheres nao vão presas, liberalizar deixa de ser crime e a Lei do PS pretende que seja possivel fazer abortos em clinicas normais, etc etc.
hasta
JoeDuvida
Hmmm... ainda não percebi muito bem a diferença entre a despenalização(que é o que se pretende e supostamente aquilo que vamos votar) e aliberalização (que é o que supostamente está previsto na lei que vaiser aprovada se o sim ganhar). O liberalizar implica que o estadopaga? E o despenalizar vai passar a não penalizar as mulheres quefaçam abortos, seja por que razão for? Já estou toda confundida...
Vanda
Assim Não
http://www.assimnao.org/videos.htm
que é a opinião o Marcelo Rebelo de Sousa que já tinha ouvido falar que era bastante interessante.
Fausto
Bem, não é que a minha opinião interesse muito, mas cá vai.
Resposta ao Acacio
Eu vou-te dizer que estou pelo sim. Porquê?
- Eu, pessoalmente, sou pró-aborto;
- Independentemente de eu ser pró ou contra, não é a minha opinião que deve contar - mas sim a de quem vai abortar - e nesse sentido devo votar "liberdade de escolha";
Liberdade de escolha das mulheres.. Então e a criança? E o pai? Não estamos a falar de um aumento de mamas. Porque é que as mães não podem matar os filhos depois de eles nascerem? Só porque estão cá fora? E um feto com 8 meses pode ser? E 3 meses?
- Vai ser usado como contraceptivo? Alguma mulher é suficientemente estúpida para preferir uma intervenção cirúrgica, ir à faca, ficar um ou 2 dias na cama, em vez de usar um preservativo ou tomar uma pílula?
Pois. Tens razão. Até porque não há fartazana de mulheres a fazer sexo com vários homens sem contraceptivo e de certeza que não sabem que podem apanhar SIDA e a sida parece-me um pouco pior que ter uma intervenção cirurgica ou ir à faca. A questão não é das pessoas tomarem decisões conscientes estupidamente. É de inconscientemente arranjarem desculpas estupidas para fazerem algo estupido (como por exemplo "isso nunca me vai acontecer a mim"). Há muita pessoa estupida, suficiente para ser relevante.
- Mais informação? Outdoors por todo o lado a falar do preservativo, preservativos e pílula de borla no planeamento familiar, anúncios na televisão sobre preservativos? Nas escolas fala-se de preservativos (eu tenho 23 anos e desde os 11 que na minha escola se falava no assunto), nos filmes fala-se nisso, nos livros fala-se disso. Toda a gente está informada, quem não usa, ou por motivos culturais ou outros, não os usa PORQUE NÃO QUER. Isso é como o "não vamos já multar, vamos primeiro ensinar às pessoas que estão erradas, apesar de todas saberem que estão em excesso de velocidade"...
Mas a tua escola (e a minha) aposto que não foi nenhuma daquelas escolas realmente problematicas. E aposto que os teus pais sempre te incentivaram a ires à escola e a ouvires o que dizem por lá. Existem outras realidades de pessoas que realmente não são guiadas no sentido que nós fomos e que não se incluem no universo de todas as pessoas que alguma vez conhecemos ou da nossa realidade. Essas são aquelas que nem sabem como a pilula funciona, que pensam que se "tirarem a tempo" não há problema de engravidar, etc..
- Essa dos dentistas, então é uma anedota. Já agora, eu sou contra as seringas para os toxicodependentes ou os preservativos de borla - andam a gastar o meu dinheiro para eles se divertirem?!
Ter um filho não é uma doença, como tal não pode ser comparticipado pelo sistema de saúde. Deve é ser uma questão social e abrangido pelos apoios da segurança social a pessoas carenciadas. No final a segurança social até ganha com isso porque nascem menos individuos "problematicos" em termos sociais.
O único argumento que o não conseguiu, para mim, apresentar, foi o da opção do pai. Mas, para mim, não pesa o suficiente. Até porque, se a mulher abortar, o objectivo do pai, ao ver a mulher presa, é a vingança?
Ninguém disse que o pai devia ter uma decisão vinculativa. Mas deviam existir mecanismos para que o pai fosse ouvido e que uma mulher não possao simplesmente abortar sem mais nem menos. Deve existir sempre uma avaliação anterior por alguém competente que poderá apoiar psicologicamente e ajudar a decidir dando outras alternativas e dando a oportunidade ao pai de estar envolvido. A ideia é não tornar o aborto algo que possas fazer como ir arranacar um dente, e se torne uma decisão consciente e de grande responsabilidade. Quantas mulheres não fazem aborto por estarem em estados de depressão profundas, e que mais tarde se arrependem?.
Eu ainda não sei como vou votar. Provavelmente o Sim. Mas acho que a lei poderia ser bastante melhor, ou acompanhada de uma pacote de medidas que resolviam parte da raiz do problema.
Eu vou-te dizer que estou pelo sim.
- Eu, pessoalmente, sou pró-aborto;
- Independentemente de eu ser pró ou contra, não é a minha opinião que deve contar - mas sim a de quem vai abortar - e nesse sentido devo votar "liberdade de escolha";
- Vai ser usado como contraceptivo? Alguma mulher é suficientemente estúpida para preferir uma intervenção cirúrgica, ir à faca, ficar um ou 2 dias na cama, em vez de usar um preservativo ou tomar uma pílula?
- Mais informação? Outdoors por todo o lado a falar do preservativo, preservativos e pílula de borla no planeamento familiar, anúncios na televisão sobre preservativos? Nas escolas fala-se de preservativos (eu tenho 23 anos e desde os 11 que na minha escola se falava no assunto), nos filmes fala-se nisso, nos livros fala-se disso. Toda a gente está informada, quem não usa, ou por motivos culturais ou outros, não os usa PORQUE NÃO QUER. Isso é como o "não vamos já multar, vamos primeiro ensinar às pessoas que estão erradas, apesar de todas saberem que estão em excesso de velocidade"...
- Essa dos dentistas, então é uma anedota. Já agora, eu sou contra as seringas para os toxicodependentes ou os preservativos de borla - andam a gastar o meu dinheiro para eles se divertirem?!
O único argumento que o não conseguiu, para mim, apresentar, foi o da opção do pai. Mas, para mim, não pesa o suficiente. Até porque, se a mulher abortar, o objectivo do pai, ao ver a mulher presa, é a vingança?
Está giro, de qualquer forma...
Acácio
Já agora alguns números
http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=227406&idselect=228&idCanal=228&p=200
Tomem atenção que as estatisticas são sempre estatisticas e podem ser tendenciosas.
No final do artigo estão número da Associação do Planeamento Familiar. Mas os números são sobre as mulheres que eles têm conhecimento. Imaginem por exemplo uma mulher que abortou de uma gravidez devido a não ter usado contraceptivo. Poderá ter mais vergonha de se apresentar do que uma que foi um azar e como tal não ser contabilizada. O mesmo serve para as outras estatisticas. No entanto quanto mais informação tivermos mais fundamentadas são as nossas decisões.
Alguns argumentos que fui encontrando:
SIM:
- As mulheres acabam por fazer na mesma por uma questão de necessidade extrema e sofrem em termos de saúde e (eventualmente) em termos criminais
- As mulheres é que decidem o que se passa no corpo delas
- É uma forma do problema ser controlado e monitorizado e as pessoas sairem do "processo" mais informadas
- Diminui-se o crime diminuindo os individuos que nascem em condições precarias
NÃO:
- É uma vida humana e como tal deve ser preservada
- É contra a lei de Deus e da Igreja
- Vai ser usado como contraceptivo e vai aumentar os casos de Sida
NÃO nas condições em que está a ser feito:
- O papel do pai tem de ser salvaguardado de alguma forma (nem que seja apenas ser ouvido numa avaliação obrigatória antes de qualquer aborto seja feito)
- Não é o momento do SIM porque as razões que levam às gravidezes indesejadas ainda são muito a falta de cuidado, a falta de responsabilidade e a falta de informação. Deviam ser primeiro (ou ao mesmo tempo) serem criadas condições para que este tipo de gravidezes diminuísse drasticamente e que as pessoas também não tomem contraceptivos apenas por causa da gravidez mas por causa da doenças sexualmente transmissiveis.
- Não porque, se hoje em dia nem a estomatologia (dentistas) é comparticipada pelo estado, os abortos também não deviam ser, quando ainda por cima existe tanta gente contra.
Eu concordo pessoalmente com o ultimo ("Não" nas condições em que está a ser feito).
Fausto Fonseca