segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Resposta ao Acacio


Eu vou-te dizer que estou pelo sim. Porquê?

- Eu, pessoalmente, sou pró-aborto;
- Independentemente de eu ser pró ou contra, não é a minha opinião que deve contar - mas sim a de quem vai abortar - e nesse sentido devo votar "liberdade de escolha";


Liberdade de escolha das mulheres.. Então e a criança? E o pai? Não estamos a falar de um aumento de mamas. Porque é que as mães não podem matar os filhos depois de eles nascerem? Só porque estão cá fora? E um feto com 8 meses pode ser? E 3 meses?

- Vai ser usado como contraceptivo? Alguma mulher é suficientemente estúpida para preferir uma intervenção cirúrgica, ir à faca, ficar um ou 2 dias na cama, em vez de usar um preservativo ou tomar uma pílula?

Pois. Tens razão. Até porque não há fartazana de mulheres a fazer sexo com vários homens sem contraceptivo e de certeza que não sabem que podem apanhar SIDA e a sida parece-me um pouco pior que ter uma intervenção cirurgica ou ir à faca. A questão não é das pessoas tomarem decisões conscientes estupidamente. É de inconscientemente arranjarem desculpas estupidas para fazerem algo estupido (como por exemplo "isso nunca me vai acontecer a mim"). Há muita pessoa estupida, suficiente para ser relevante.

- Mais informação? Outdoors por todo o lado a falar do preservativo, preservativos e pílula de borla no planeamento familiar, anúncios na televisão sobre preservativos? Nas escolas fala-se de preservativos (eu tenho 23 anos e desde os 11 que na minha escola se falava no assunto), nos filmes fala-se nisso, nos livros fala-se disso. Toda a gente está informada, quem não usa, ou por motivos culturais ou outros, não os usa PORQUE NÃO QUER. Isso é como o "não vamos já multar, vamos primeiro ensinar às pessoas que estão erradas, apesar de todas saberem que estão em excesso de velocidade"...

Mas a tua escola (e a minha) aposto que não foi nenhuma daquelas escolas realmente problematicas. E aposto que os teus pais sempre te incentivaram a ires à escola e a ouvires o que dizem por lá. Existem outras realidades de pessoas que realmente não são guiadas no sentido que nós fomos e que não se incluem no universo de todas as pessoas que alguma vez conhecemos ou da nossa realidade. Essas são aquelas que nem sabem como a pilula funciona, que pensam que se "tirarem a tempo" não há problema de engravidar, etc..

- Essa dos dentistas, então é uma anedota. Já agora, eu sou contra as seringas para os toxicodependentes ou os preservativos de borla - andam a gastar o meu dinheiro para eles se divertirem?!


Ter um filho não é uma doença, como tal não pode ser comparticipado pelo sistema de saúde. Deve é ser uma questão social e abrangido pelos apoios da segurança social a pessoas carenciadas. No final a segurança social até ganha com isso porque nascem menos individuos "problematicos" em termos sociais.

O único argumento que o não conseguiu, para mim, apresentar, foi o da opção do pai. Mas, para mim, não pesa o suficiente. Até porque, se a mulher abortar, o objectivo do pai, ao ver a mulher presa, é a vingança?

Ninguém disse que o pai devia ter uma decisão vinculativa. Mas deviam existir mecanismos para que o pai fosse ouvido e que uma mulher não possao simplesmente abortar sem mais nem menos. Deve existir sempre uma avaliação anterior por alguém competente que poderá apoiar psicologicamente e ajudar a decidir dando outras alternativas e dando a oportunidade ao pai de estar envolvido. A ideia é não tornar o aborto algo que possas fazer como ir arranacar um dente, e se torne uma decisão consciente e de grande responsabilidade. Quantas mulheres não fazem aborto por estarem em estados de depressão profundas, e que mais tarde se arrependem?.

Eu ainda não sei como vou votar. Provavelmente o Sim. Mas acho que a lei poderia ser bastante melhor, ou acompanhada de uma pacote de medidas que resolviam parte da raiz do problema.

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